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      02     Quadros  jurídicos  e  antecedentes  políticos  da  educação


             inclusiva




             O reconhecimento da inclusão como um catalisador fundamental para a transformação
             da  educação  e  um  objetivo  primordial  na  cena  política  mundial  está  a  aumentar.  A
             Convenção  das  Nações  Unidas  sobre  os  Direitos  das  Pessoas  com  Deficiência  (CDPD)

             reconhece o direito à educação inclusiva para todas as pessoas com deficiência.
             As  agendas  políticas  de  muitos  países  promovem  reformas  destinadas  a  desenvolver
             sistemas  educativos  mais  inclusivos  (OCDE  2015  in  Azorin  &  Ainscow  2018).  A  este
             respeito, a iniciativa Educação 2030 representa um importante passo em frente, onde a

             prioridade é clara: garantir uma educação de qualidade inclusiva e equitativa e promover
             oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos (UNESCO 2015a em Azorin &
             Ainscow 2018).
             A educação inclusiva também tem sido sustentada por vários outros quadros jurídicos e

             políticos  em  toda  a  União  Europeia.  Estes  quadros  fornecem  a  base  para  a
             implementação de práticas inclusivas em contextos educativos.
             A  Comissão  Europeia  lançou  várias  iniciativas  para  promover  ambientes  educativos
             inclusivos que abracem a diversidade e ajudem os estudantes a sentirem-se valorizados,

             respeitados  e  incluídos.  A  importância  da  inclusão,  da  diversidade  e  do  bem-estar  no
             ambiente de aprendizagem é um dos principais pilares do Espaço Europeu da Educação,
             que a Comissão apresentou em 2020 (Euridyce 2023).
             A  modificação  dos  ambientes  de  aprendizagem,  dos  métodos  e  das  avaliações  para

             atender às necessidades individuais dos alunos implica uma mudança para um modelo
             educativo mais flexível e reativo. Isto implica a criação de materiais didáticos adaptáveis
             que possam ser personalizados para diferentes estilos e capacidades de aprendizagem,
             tais como manuais digitais que podem ser ajustados ao tamanho da letra ou lidos em voz

             alta. Os professores devem empregar uma variedade de métodos de ensino para atender
             a uma ampla gama de preferências de aprendizagem, incluindo estilos de aprendizagem
             visuais, auditivos, cinestésicos e tácteis. Além disso, as avaliações devem ser concebidas
             para  avaliar  de  forma  justa  as  capacidades  de  todos  os  alunos,  o  que  pode  incluir

             formatos alternativos como apresentações orais, projetos ou portefólios, para além dos
             tradicionais exames escritos. Esta abordagem adaptada garante que todos os alunos têm
             a oportunidade de demonstrar a sua compreensão e competências de uma forma que
             reflete os seus pontos fortes individuais (Comissão Europeia 2023a).



             Em  dezembro  de  2017,  o  Conselho  Europeu,  o  Parlamento  Europeu  e  a  Comissão
             apoiaram  a  criação  do  Pilar  Europeu  dos  Direitos  Sociais.  Este  acordo  sublinha  a
             importância dos aspetos sociais, educativos e culturais das políticas da UE na construção

             de um destino europeu unificado.



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